Como eu mandei o dedo do meio pras redes sociais e por que vc deveria fazer o mesmo

Links, algoritmos e a batalha pela alma da internet

Essa semana recebi um “feedback” dizendo que meus artigos são legais, mas que eu coloco LINK DEMAIS ao longo do texto e isso confunde muito e é ruim pro leitor e que, por isso, essa pessoa ia parar de assinar a minha newsletter. 🤷‍♀️

Sim, eu sou a rainha do HYPERLINK e tem alguns motivos bem importantes que me fazem usar muitos links nos meus textos. Se você é "~usuário~ de internet e trabalha com conteúdo, deveria tbm começar a pensar sobre isso.

Vou tentar me explicar aqui sem usar NENHUM linkezinho no texto.

O que quer dizer que vc vai ter que fazer toda a pesquisa sozinho/a caso queira saber mais sobre algo que eu escrevi, ou queira saber de onde eu tirei um dado, ou queira se aprofundar em um conceito, ou conectar alguma informação.

Antes da internet ser sinônimo de rede social, ela era “a rede mundial de computadores", uma rede interligada por textos e ideias. O que conectava tudo isso? O tal do HYPERLINK. Ou seja, os links fazem parte da estrutura do mundo online.

O hyperlink é uma coisa que conecta. Que te leva de um lugar pra outro. Que é tbm o exato oposto do que vivemos hoje na internet.

Os hyperlinks estão morrendo!

Vc já deve ter percebido que praticamente TODAS as redes sociais dominantes hoje em dia (Insta, Twitter, TikTok, Linkedin, etc) dificultam bastante a vida da pessoa que quer inserir link no conteúdo. Primeiro porque agora tudo é vídeo, e não dá pra por link em vídeo.

Segundo porque a gente vive na Economia da Atenção: quanto mais você fica consumindo conteúdo dentro de uma rede social, mais eles conseguem monetizar essa atenção. Ou seja, não existe um interesse econômico ou qualquer motivação pras essas redes facilitarem a vida de quem quer compartilhar um link (seja pra informação, venda, comunidade, qualquer coisa).

Até dá pra usar link, mas seu alcance vai diminuir. Todo mundo sabe disso. Se quiser ter link, precisa fazer muita ginástica: colocar link na bio, nos comentários, usar automação… um saco!

Como hoje em dia a gente passa grande parte do tempo nessas redes sociais (39,2% do tempo dos brasileiros online), no fim do dia, acabamos ficando presos dentro desse ecossistema (cada vez mas pobre) que elas criam.

O começo, meio e fim da nossa experiência de consumo de ideias e visões de mundo fica restrito ao que o Instagram quer que a gente veja. Você sabia que o TikTok precisa de apenas 35 minutos pra te deixar viciado? Somos reféns.

O resultado disso? BRAIN ROT, donos dessas redes com muito poder onde não deveriam, sociedade polarizada e se desfazendo… essas redes hoje fazem parte do tecido social de uma forma muito tensa. A gente viu aí o impacto das declarações do Zuckerberg semana passada, né?

Passamos 40% do nosso tempo nas redes sociais e elas não nos conectam com nada. Nunca vivemos um período de tanta DESCONEXÃO, com epidemia de solidão e tudo.

Eu acho que o modelo de rede social faliu. Deu ruim!

Não só pro usuário, mas também pro criador de conteúdo! Já passou da hora da galera creator se ligar que não pode construir a vida e o negócio nessas redes sociais sem pensar em um plano B.

Todo dia tem criador me chamando no zap pedindo ajuda pelamordedeus pra tentar recuperar conta no Instagram que foi deletada sem justificativa. O não banimento do TikTok aqui nos EUA só reforçou que o sistema é frágil.

É por isso que eu vim aqui pro Substack (que tbm não é perfeito, mas é melhor).

Rede social hoje pra mim é o lugar onde vou fazer marketing, mas minha casa é onde eu tenho acesso a lista dos email de todo mundo que assina minha news e com quem eu troco e falo a cada artigo.

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Aliás, brigada demais vc que é assinante.
E, se vc nao assina, clica no botão aí embaixo, pfv:

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Os textos que escrevo servem como geradores de conversa, de troca, de reflexão. E até de feedbacks meio malas que me fazem pensar sobre minhas motivações e nas coisas que eu acredito. E tbm originam novas trocas de ideias como essa aqui.

Quando eu penso que hyperlink é a essência da internet, e que essas conexões que fazemos entre ideias e pensamentos são vitais pra nossa existência como ser pensante, vejo que minha decisão de estar aqui nessa plataforma e usar um milhão de links nos meus textos é importante.

2025, pô!

Com tudo o que tá rolando no mundo hoje e o poder descomunal das redes sociais na política, economia, cultura… não fazer esse tipo de reflexão é perigoso.

E usar hyperlinks passa a ser uma forma de resistência.

A cada hyperlink, sinto que mando um dedão do meio pro Musk, pro Zuck e pra todo esse ecossistema empobrecedor.

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